21 agosto 2008

Sem postagem

Tu bem entendes
desta fome,
percorre todos
os cantos deste piso,
e jaz se dela comem,
consome!

Neste plano,
neste caminho do nada,
sem postagem tua,
sem imagem, sem mim,
sinto o frio de a lâmina
atravessar meu corpo
e nesta a morte
de um não, de um sim.

Eu olho esta página vazia,
eu querendo estar por traz dela,
passar e tocar - te derrepente,
bem perto e assanhar teu juízo.
Mas, cerraram meus lábios
as palavras, serra
em meu infinito a loucura,
repouso meu mundo surdo,
relendo as horas perdidas,
e às vezes eu tenho vergonha...
Então; eu choro pelos meus
lamentos pedidos.
*
Vera Lúcia Bezerra
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Rosa, Lilás, Vermelhoooo

"Todos os enviesados rosas, por
onde transpassa o intrínseco lilás,
são pra enfeitar o sagrado em meio
aos cetins, impregnado de carmim
na parede do santo".
Somente as lágrimas passam "agora",
sobre o sorriso embargado da poesia.
Vera lúcia Bezerra
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19 agosto 2008

Devera poesia Morena

... Oço a tua voz e
vou me dissolvendo,
num ritmo eufórico de
alegrias tomando posse
do meu corpo...
desprendo de mim...
um coração em descompasso,
flexível á essa vontade de ti...

Nas veias correm rios de fogo,
que já não se apaga com brisa....

Meu inverso é amor, e o verso paixão...
A urgência é na pele, em apelos vãos...
a coragem, é como floração juvenil,
que sem rodeios, diz sofrer de tanto amor...

Mas, devera apenas a alegria
que te ouvia...

Tu te vais... Nos últimos raios de sol,
fugindo do meu horizonte sem riso...
Me ponho na ponta dos pés, e quase,
quase envergo a boca...

Te vaiisss...
"Minha alma se sente fria, e se rencolhe",
a poesia mergulha no tinteiro da noite...
"minha Morenaaaa"... A
hhh!
Nada viu...

Vera Lúcia Bezerra
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17 agosto 2008

Poesia do teu olhar

Quando a poesia mareia
o olhar, estas á calçar os pés,
para depois se aventurar,
leve como bolhas de ar...

Na falta de Sol e Chuva,
naturalmente tende
á envergar,
desmancha-se em
murmurinhos,
Pra que “Novamente”, a diva
venha de encontro á regar-lhe,

Ainda assim, nas noites nebulosas
ela se solta á vagar...
Entre "anjos, jardins e rosas",
sente-se preciosa,
desanuviando o seu olhar

mas, se demora a estação,
que primavera que verão,
Perde-se, faz confusão, e alenta
seus passos sem vingar,

somente a luz “decerto teu olhar”,
clareia as tempestuosas,
tornando-a firme e viçosa...
e a poesia formosa, torna a brotar.

Vera Lúcia Bezerra
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11 agosto 2008


Hibisco Branco
Se-mente, não planto,
se já é planta, que olhar o tem?

...Por enquanto me busco,
"até que tu abras o meu busto",
até que abras o teu...

pra eu crer, que não é sertão,
o ser.



10 agosto 2008

*

Mel?

... veneno poético

em minhas veias.


... a alma tem o céu...

o colibri tem á mim


"Agradecida senhor".



Flor do Serrado

Flor do serrado

Planto-me no calor
desse chão
pra enganar meu coração,
é certo que esse “ar" é

quente demais, é só venta,
e vais!!...

Queria mesmo era estar ai,
“deitar-me no capim

do seu jardim”
seria tão bom dormi,

ou simular uma sena
quase assim...

"Sentir o aproximar das tuas mãos
tocar o vermelho desse chão,
e ouvir um resmungado de si,
ao arranhar os teus dedos em mim"...

Bem que poderia cair,
uma das sementes despeça,
dessas que parecem bailarinas...
E se plantar na cintura da menina,

ver o germinar e o enraizar...
crescer, florir e fazer sombra,
pra que tu possas aqui descansar,
na fartura do abraço que te ronda...

* Vera Lucia Bezerra

* imagem google

09 agosto 2008

Hora e Espera

Andante descalça,
de ombros caídos
com teus passos soltos,
fingindo não mapear o relógio,


Que horas são?

Á esperar por hora clara, certa...
que ela se acertasse

e que fosse pontual...

Que fazes hora contigo?

O relógio percorre todo círculo,
e a minha hora desencontra

o ponteiro, não a achas...
salta o ponto,
como se este fosse precipício,

meu olhar indo distanteee...
voltando e nada trazendo,

e de novo repetia, ia... e nada!

Éramos apenas nós em circunferência,
ele o ponteiro,

e "em curtos" o meu juizo...

Em vão eu tateava o pensamento,
faltavam peças no relógio,
ou em minha engrenagem,

buscando aquele ponto de encontro (.)
que outrora fazíamos?


A hora á abraçar a espera
que não existia, mas, é tarde!
A hora esquecida adormeceu,
o ponteiro certeiro partil,

e a espera, é fértil...

Vera Lúcia Bezerra

Chama água...

Chama água...

Ainda abro a porta desta
comporta e regurgito
“ou engulo de vez”
esse apelo mais que meio,

Flor em chamas
“só chama” águaaaa...

"só a imaginação crer”,
nestes vôos no leito,
de borboletas,
de beija flores e

de quero, quero...
O seio se desnuda com a seca,
Chora a rosa, chora a esperança,
E o “louva deus” no roseiral...

O caule curva-se diante a estiagem,
a folhagem treme e amarelam,
os espinhos despontam
e os botões se apequenam ainda mais

Fiz fumaça, dancei descalça,
pedi chuva ao tupã! “e nada”
nadam apenas as meninas dos meus olhos,

Torra o chão,
torra até o caminho do grotão!
E o jardim não mais floriu

* Vera Lúcia Bezerra

Leitura na mesma Altura

o terço que canto é mantra,
a corte entende,
“meu rei, minha rainha”...
Ousei bolinar o teu véu de letras.
Quantas aves, Maria?

deveria me cansar com o esbravejo
dessa cantoria aqui no meu seio...

Mas, fui me afeiçoando!


Aves, Maria,
“É tempo de ouvir a voz de dentro”,
esse emoldurado de vícios sorrindo,
“desse apuro” sendo retratado
pelos redemoinhos destes dedos,
a ponta do lápis pedindo espaço
no branco do papel.


Sem aves Maria ...
Aqui o ar é puro.

“Trevas” é a cegueira perniciosa.
E não tem nome de demônios...
Grafitei empório místicos,

lindossss, até floriam,
“outrora tão hora”,
na franja dos meus cílios te via!

Bendito é o fruto da luzzz.
Vou-me, já.

Com os estrondos de
a agonia dormir...
passem dias! passem noites,
Pa sarasssssss sem penas,

mais uma pedra no terço, e bis.
um rabisco de luz para o
“eu” enxerga o foco,
o grafite marcando o
papel branquinhooooo,
e a poesia á quebrar linha,
vai sumindo, sumindooo

Vera Lúcia Bezerra
Imagem
Muriel Josephine Cockell Scott

Minha amiga "Carmen"


O frio lá fora...

Mas aqui dentro,
temperatura de boca de vulcão em erupção...
lava por todos os lados...
incandescência...
labaredas formam
cordilheiras altíssimas ao redor...
poesia acesa...
eu, ao pé do altar...
o poeta dorme,
eu canto louvores ao amor,
pura chama me chama

* Carmen Regina Dias

No palco

A canção não se firma,
se despede a maestrina,
guarda os braços, e o coral se senta.

Arrisco um fiasco de voz,
mas a minha garganta
craquela, inaudível...
trava o coro seco de paixão,
e os teus ouvidos nem ouviram...
"CoUro sEco" tem beleza não?

A língua sedenta se emborca á fonte hibisco,
o carmim das teias eriçam, e "branco fica”,
te vejo envergar á uma outra platéia...

Noutra arena, o encanto,
toma o “Aplauso das mãos”...

“atrás do palco, me amargo fel”
universo despeço...

Talvez assista a nebulosa em meus olhos,
Talvez minta, não vê as bolhas dos meus pés,
marchando no tira teima,
talvez essa versão te surta o corpo...
e não mais foque a tua imagem, noutra fonte...
Vera Lúcia Bezerra

08 agosto 2008

Conflito

O olhar não faz jus á criatura,
Cheia de crenças

Pudera ao menos uma mão
arcaica abrindo covas,
plantando regas de esperança,
assim; como é o horizonte,
“cheio de olhos verdes”,
“formosura sem moldura”

Eu vejo “eras”, e é
gritante o reforço do verbo
na pele judiada do
sujeito... “Eras”
sem o valor que o preze.

“Só”, o Cícero é rogando,
quem mais titularia o altar
por oferendas tão calejadas,
por dobradiças cheias de fendas
“que mal se sustentam”?

O olhar é um espírito crítico...
Na ponta do tato, redemo“inhos”,
que não empoeiram o planalto,
a boca que avisto, tem o fundo negado,

"quase de encontro ao chão”.

*Vera Lucia Bezerra