25 outubro 2008

Poema lilás de Carmen Regina


Pura
Cristalina
Cheiro de sonho
Essência de menina
Desabotoada virou lilás
Minha violeta recém aberta
Tão linda com um laço na frente
Misteriosa quando a enlaço por trás
Mãos macias deslizam em folhas de cetim
E a poesia anda nua pelas terras do sem fim
Vem tirar-me o sono, enrolar-se em meu sonho
A noite flutua na linha do horizonte,
e eu bem sei
Poesia virá
sentar-se no
trono do rei e,
então, eu a adorarei.
Carmen Regina Dias
Imagem Google

VEM Ou VOO

A estrada é um canal de rastros,
Nos teus passos calço meus pés
...As bolhas que nestes ardem são
As mesmas que nos levam ao céu...
“O éter reveste a voz dos almejos em louvor”,
Nesses canais chamados amor.

Dispamos o fardo incomodo que
Morrem os pensamentos aqui,
É ágil o desejo que empossa
Pra mergulhar na saliva...
Cachoeiras de nós, que as
Línguas desatam,
Os desarrumo das ondas
Revira o sono, que passa

Se ainda assim cairmos,
A gente afunda o cais,
Percamos a chave do tempo
Amassando os delicados lençóis...
E repetimos...repetimos...repeti...
Por puro esquecimento.

Vera Lúcia Bezerra Freitas

22 outubro 2008

Leva-me essa estrada


Leva-me essa estrada margeada de andorinhas,
há uma terra que eu canto, nela semearei a promessa...
Abro as valas deste chão,
sentindo a fertilidade
em abundancia estremecer,
faço uma oração ecoante
envolta do roçado
e desperta o espírito do trigal,
que desabrocha como em jazidas de cores
-são promessas contemplando
o serrano pensamento da terra,
nem atoleiro,
nem vento sorrateiro
Atentam-se,
a boca do mundo se cala
e os teus ouvidos se acendem...
É solene sentir a alma
tocar os pés sobre a urgência
do solo ardente,
tingindo veredas coma a cor dos teus olhos

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

18 outubro 2008

Cria da Poesia

A alma tem
poesia
quer anelar
dar crias,
Igual á você
que me
encanta,
Seio
revolto
de mar
meu
recanto.
Afogo-me...
Excesso a poesia não pede,
ou se perde,
desalinha os cabelos em valsa ao vento...

“feche os olhos pra não ver
ou ser o poeta protagonista,
para que o próprio não se aperte,
e o anel te maltrate o dedo”

"Camuflo-me nos caracteres
que pigmentam a minha pele
Mas eu não sou poeta,
sou envolta a arame farpado
pontiagudo e afiado,
mirando a pureza de tua pele"(.)

Negas-me o legado, tão insano
sangrar a delicadeza da fantasia.

- Mergulhar pra sentir cada um
dos elementos que compõe
a tua natureza poética,

- Ondas me despem...
Pilastras que encaixo membros que enlaço,
boca que me empoço me abastecem,
Desfechos me abrem em te amo.

Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

17 outubro 2008

...Margaridas pra deitar

O dormir se acorda,
e os lençois
amassados
fazem ondas,
sobre o travesseiro conto margaridas,

“Em meus cabelos teus dedos passeiam ”
-Falta ao inçono o personagem.

Nada me cabem além do bem te quer...
Coisas minhas mexendo do lado de cá
te querem, só adentrar...

- "Se me arrisco sorrir, é por sentir
o atrito dos minúsculos cascalhos

embaixo dos meus pés,
acordando pra forma dos passos"


Parte de mim sempre fica por lá,
e mesmo que não me aches,

é plantada a sentinela lírica do poeta,
buscando um movimento
qualquer na janela...

A outra metade vai medindo

a mim mesma,
Segundos de terreno em retiro,

e no da hora, pronto pra cultivo...
Plantai-vos.

Guiando-me a fome,
trilha de sentido único,
onde as vezes me calo,

pela escassez do ar,
contenho os gritos do estomago...

Pouco pra tornar-me concreto, pedra...
Então desfaleço sobre o algodão dos tecidos
adornados de musgos,
para da descanso ao barulho.
Bem me quer... Bem te quer...

Queres?

Vera Lúcia Bezerra
*imagens google

08 outubro 2008

Quero

"Quero Viver o silêncio"
que a meu ver,
consiste em esvaziar meu coração
de todos os incessantes pedidos,
pensamentos,
fantasias,
tudo o que eu venho guardando
dentro de mim por “você”...
esvaziar-me em tua boca.
E deixar um espaço para minha
alma se expressar serenamente,
["para que eu possa" ]
voltar a ser novamente EU.Feliz.
Vera Lúcia Bezerra
*Imagem Google

05 outubro 2008

... La vem poesia

Vem sem regras, sem ordem,
Antes que a vida descore...
Estanca a queda em voo livre,
Não mutila o refrão no seio,
“Sem freio me engole”.

- Enlace os braços que se estendem,
as costas são as minhas
... Se ainda não morri,
Abraaace-me...
antes que eu caia, no chão?

... Se a dor me parte,
é no corpo da tua voz que me fecho,
“enlaço-me nos fios de seda das tuas meias”
Vira sonho em pé, em um corpo costurado,

- voo caindo, diante do que me vem,
vem, e eu vou findo.
Morro todo dia um pouquinho,
até eu me acostumar com
o peso da mortalha, visto ininterrupta...

Atrás da "minha" frente, fica apenas o céu...

Vera Lúcia Bezerra
Imagens Google (direito de imagem Google)