26 setembro 2008

...Quando tudo parece que já foi dito,
Tenho um alfabeto de histórias em cada letra...
Então eu vou criando um conto diferente
do que eu gostaria de ti contar,
"é pra não assustar"
vai que vira vento sorrateiro...
To inventando portas, hora dessas
me encontro.
...
Vera Lúcia Bezerra
*Imagem google

25 setembro 2008

O anjo in verso embaço das asas...

Vejo-te anjo abusando os encantos...
curvando-se ao náufrago...
Longos braços. Tu, um assemelho a alinhado manuscrito, espiando-te, página resumida encharcada, cultivo em pensamentos curtido, um principia de linha, com alerta de desvio... para alma alada, acalanto do vôo.

Nas páginas turvadas, finos vincos das dobras, “Lançam-se náufragos os dizeres etéreos apaixonados” ... á vista dos vário sol, variante das noites das mesmas luas!

...Borrões manchando os remendos dos manuscritos, Inoportuno ao anjo, de olhos desconfiados absorver os amontoados de textos desbotados...


Tanto te tentas e... despe as aladas!
“Assenta-te pra dosar com a tua ternura, a leitura e o vinho”
que á traga o trago pro alento do pensamento, um afago.

Silencio infundindo envolve, absorve, se aquece... entorpece...
Entre o esmago da mão, o embaço ofusca o cristal da taça,
perde o olhar na transparência vazia sem feitos,

quase trinca, cheia... na garganta não há ceia.

Navegas á embriaga-te no enredo que te põe nas teias da rede!
... E já não queria que fosse o vidro á roçar teus lábios...
só a língua intervirias á molhar a secura da textura entreaberta...
o ar se aperta nas narinas, que o expele em arritmia,
... embriago negado.


Na lente de vidro, os reflexos da imagem é miragem
que brinca, que tentam, “nada” no vinho.

Estações desprendem folhagem, arrasssssta vento...
E as asas, que faria?
Contra tempo, fim da margem. Não bebia, sonhava, sentia?
Para mais vontades descrerem, uma só taça não cabia.

Vera Lúcia Bezerra
*Imagem google

24 setembro 2008

Rega o cipreste

A oração vai ao tempo
apurando a essência de amor.
“tomara apuros iguais, o rosa como em flor”.

- no sombreiro eu li há menção

de frio e chuva nem liguei, eu ri,
casamento de viúva.

...não tardou e o furacão
desviou a maré, e pra “outra” direção
passou a mão na minha fé
Alguém viu, sabe quem (“é”) ?

“aquela rosa que me deste”
Que em meu jardim fez amor,
plantou ruas de ciprestes
e a esperança cultivou...

Noutras terras se afirmam que ela é rosa da paixão,
Onde passa, queima á vista, e devasta a razão!!

Minha flor de amor infindoooo,
fiz menção em ir busca
“Quando eu fosse um poeta,
a mão soubesse o risco aprumar,
os marabalos de artista, pingo aqui, verso acolá”

Mas, “a flor de amor recito”, só se vinga onde á regar
com os feitos de acalentos, que não sei onde será!?

...E assim a levou o vento pra cultivo noutro lugar...
Deixando-me sem, semen te, sem jardim pra me cuidar,
Restando as mãos sangrias, e a correnteza no olhar...

Vera Lúcia Bezerra
* Imagem google

...E na fotossíntese

Rasga-se a casca,
arranha a face e
verte –se o chão,
morre o grão sem
Contemplar-se?

Rompe o encantamento...
Posta- se diante ao vale verdinnnhoo!
Espreguiça e desponta
sobre o olhar eriço,
“gosta disso”, se sente muda e
goza do calor que o desnuda...

- A incerteza que era prosa também prova!
Encandeia-se, desincumba... Vira rosa.

De prosa em provas, podem-se tudo,
tudo o que a pureza da alma falar...
Enamoram-se no chão,
entre vales e veredas,
ao frescor da brisa, e...

“Que, na bifurcação das sombras,
que, Entre beijos réstias,
Já não temem se acordam,
se sustentam, Gemem”!

Mergulhados na explosão
dos poros, ramas se abrem,
mãos exploram, esmagando as
florinhas que nascem nos
lençóis dos corpos

“brotos despontam com a rega de bocas”,
Alforriando a mudez dos zumbidos,
“despidos transpiram”... ahh,
...cílios preguiçosos
varem o embaço suado do orvalho,
refletido nos espelhos dos olhos...

E o horizonte vira lua crescente,
a expressão do tempo dissolve as tiaras,
incandescido chora...
o que te habitas, são verdes jazidas e floras.

Vera Lúcia Bezerra
* Imagem google