22 outubro 2008

Leva-me essa estrada


Leva-me essa estrada margeada de andorinhas,
há uma terra que eu canto, nela semearei a promessa...
Abro as valas deste chão,
sentindo a fertilidade
em abundancia estremecer,
faço uma oração ecoante
envolta do roçado
e desperta o espírito do trigal,
que desabrocha como em jazidas de cores
-são promessas contemplando
o serrano pensamento da terra,
nem atoleiro,
nem vento sorrateiro
Atentam-se,
a boca do mundo se cala
e os teus ouvidos se acendem...
É solene sentir a alma
tocar os pés sobre a urgência
do solo ardente,
tingindo veredas coma a cor dos teus olhos

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google