24 setembro 2008

Rega o cipreste

A oração vai ao tempo
apurando a essência de amor.
“tomara apuros iguais, o rosa como em flor”.

- no sombreiro eu li há menção

de frio e chuva nem liguei, eu ri,
casamento de viúva.

...não tardou e o furacão
desviou a maré, e pra “outra” direção
passou a mão na minha fé
Alguém viu, sabe quem (“é”) ?

“aquela rosa que me deste”
Que em meu jardim fez amor,
plantou ruas de ciprestes
e a esperança cultivou...

Noutras terras se afirmam que ela é rosa da paixão,
Onde passa, queima á vista, e devasta a razão!!

Minha flor de amor infindoooo,
fiz menção em ir busca
“Quando eu fosse um poeta,
a mão soubesse o risco aprumar,
os marabalos de artista, pingo aqui, verso acolá”

Mas, “a flor de amor recito”, só se vinga onde á regar
com os feitos de acalentos, que não sei onde será!?

...E assim a levou o vento pra cultivo noutro lugar...
Deixando-me sem, semen te, sem jardim pra me cuidar,
Restando as mãos sangrias, e a correnteza no olhar...

Vera Lúcia Bezerra
* Imagem google

...E na fotossíntese

Rasga-se a casca,
arranha a face e
verte –se o chão,
morre o grão sem
Contemplar-se?

Rompe o encantamento...
Posta- se diante ao vale verdinnnhoo!
Espreguiça e desponta
sobre o olhar eriço,
“gosta disso”, se sente muda e
goza do calor que o desnuda...

- A incerteza que era prosa também prova!
Encandeia-se, desincumba... Vira rosa.

De prosa em provas, podem-se tudo,
tudo o que a pureza da alma falar...
Enamoram-se no chão,
entre vales e veredas,
ao frescor da brisa, e...

“Que, na bifurcação das sombras,
que, Entre beijos réstias,
Já não temem se acordam,
se sustentam, Gemem”!

Mergulhados na explosão
dos poros, ramas se abrem,
mãos exploram, esmagando as
florinhas que nascem nos
lençóis dos corpos

“brotos despontam com a rega de bocas”,
Alforriando a mudez dos zumbidos,
“despidos transpiram”... ahh,
...cílios preguiçosos
varem o embaço suado do orvalho,
refletido nos espelhos dos olhos...

E o horizonte vira lua crescente,
a expressão do tempo dissolve as tiaras,
incandescido chora...
o que te habitas, são verdes jazidas e floras.

Vera Lúcia Bezerra
* Imagem google