25 setembro 2008

O anjo in verso embaço das asas...

Vejo-te anjo abusando os encantos...
curvando-se ao náufrago...
Longos braços. Tu, um assemelho a alinhado manuscrito, espiando-te, página resumida encharcada, cultivo em pensamentos curtido, um principia de linha, com alerta de desvio... para alma alada, acalanto do vôo.

Nas páginas turvadas, finos vincos das dobras, “Lançam-se náufragos os dizeres etéreos apaixonados” ... á vista dos vário sol, variante das noites das mesmas luas!

...Borrões manchando os remendos dos manuscritos, Inoportuno ao anjo, de olhos desconfiados absorver os amontoados de textos desbotados...


Tanto te tentas e... despe as aladas!
“Assenta-te pra dosar com a tua ternura, a leitura e o vinho”
que á traga o trago pro alento do pensamento, um afago.

Silencio infundindo envolve, absorve, se aquece... entorpece...
Entre o esmago da mão, o embaço ofusca o cristal da taça,
perde o olhar na transparência vazia sem feitos,

quase trinca, cheia... na garganta não há ceia.

Navegas á embriaga-te no enredo que te põe nas teias da rede!
... E já não queria que fosse o vidro á roçar teus lábios...
só a língua intervirias á molhar a secura da textura entreaberta...
o ar se aperta nas narinas, que o expele em arritmia,
... embriago negado.


Na lente de vidro, os reflexos da imagem é miragem
que brinca, que tentam, “nada” no vinho.

Estações desprendem folhagem, arrasssssta vento...
E as asas, que faria?
Contra tempo, fim da margem. Não bebia, sonhava, sentia?
Para mais vontades descrerem, uma só taça não cabia.

Vera Lúcia Bezerra
*Imagem google